O delegado Bruno Abreu, que investiga o homicídio do advogado Renato Gomes Nery, ocorrido em julho deste ano, afirmou que uma das linhas de investigação do crime está ligada a uma causa judicial que envolve “muito dinheiro”.
Foram encontrados objetos que podem ter relação com o crime, que foi de homicídio, mas envolve uma disputa de terra
“Cada homicídio tem uma dinâmica de trabalho, de persecução penal, e por ela envolver uma briga jurídica, uma causa que tem mais de 8 mil páginas, envolve muito dinheiro, muitas pessoas interessadas”, disse ele ao MidiaNews.
“Você não tem uma linha de investigação e um suspeito, você tem diversos suspeitos”, acrescentou.
Nesta quinta-feira (28), a Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá deflagrou a Operação Office Crime para cumprir cinco mandados de busca e apreensão como parte da investigação sobre o homicídio.
Bruno Abreu afirmou que as buscas e apreensões visam obter provas para saber se a Polícia está no caminho certo. O material apreendido, como celulares, tablets e computadores, serão periciados.
“Foram encontrados alguns objetos que podem ter relação com a motivação do crime, que foi de homicídio, mas envolve uma disputa de terra”, disse.
“E dentro dessa disputa houve vários atos no processo que foram importantes para a decretação da morte do Renato […] É um trabalho muito complexo”, acrescentou.
O delegado afirmou que é preciso cautela para não condenar inocentes. “Tudo isso tem que ser apurado com muita cautela, muita responsabilidade, para que pessoas inocentes não sejam tiradas como autores. A gente não antecipa a pena”, disse.
Office Crime
A Operação Office Crime foi deflagrada na manhã desta quinta-feira para cumprir cinco mandados de busca e apreensão como parte da investigação sobre o homicídio do advogado Renato Nery.
Os mandados foram cumpridos em endereços residenciais e em um escritório de advocacia dos investigados nas cidades de Cuiabá e Primavera do Leste.
Os alvos são advogados e empresários. São eles: os advogados Antônio João de Carvalho Junior, Agnaldo Bezerra Bonfim e Gaylussac Dantas de Araújo; e o casal de empresários de Primavera do Leste, Cesar Jorge Sechi e Julinere Goulart Bentos.
Todos os advogados, segundo apurou a reportagem, atuavam no escritório JB Advocacia, no bairro Quilombo. O local foi vasculhado por investigadores da Polícia Civil.
Segundo a investigação, uma disputa de terra motivou o homicídio de Nery.
As medidas cautelares foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá (Nipo), após representação dos delegados da DHPP responsáveis pela investigação.
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