O secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, criticou o programa de corte de gastos do Governo Federal e defendeu uma abordagem mais ampla e ousada para reduzir o tamanho da máquina.
Quando falamos em corte de gastos, esperamos algo como a redução de ministérios, secretarias e estruturas
Para ele, a União precisa fazer a lição de casa e cortar na “própria carne”.
O programa anunciado inclui medidas para reduzir despesas em cerca de R$ 70 bilhões, mas também prevê aumento de arrecadação por meio de ajustes tributários.
Para Fábio, é essencial separar cortes reais de gastos de estratégias que apenas elevem os impostos.
“Estamos analisando o pacote apresentado. É importante entender quanto desses R$ 70 bilhões representam um aumento de arrecadação e quanto, de fato, são cortes efetivos de gastos”, disse
“Quando falamos em corte de gastos, esperamos algo como a redução de ministérios, secretarias e estruturas, trazendo eficiência. Aumento de tributos não é corte de gastos”, afirmou.
O programa anunciado inclui a correção da tabela do Imposto de Renda, que beneficia trabalhadores de baixa renda, mas também impõe uma nova taxação sobre fundos exclusivos e outras áreas do mercado financeiro.
Garcia defende a justiça tributária, no entanto, critica a ausência de medidas mais drásticas para enxugar os custos do governo.
“O Brasil já possui uma das maiores cargas tributárias do mundo, e o que precisamos agora é de um corte real de despesas. Um plano ousado deveria incluir redução no número de ministérios e secretarias, além de cortes nos orçamentos de todos os poderes”.
“O que foi anunciado ainda não corta na própria carne. Aumentar imposto não é o caminho para o Brasil neste momento”, declarou.
Fábio destacou que o Brasil necessita de uma reforma administrativa séria antes de qualquer reequilíbrio tributário.
Ele defendeu a redução do tamanho da máquina pública como forma de garantir eficiência e direcionar mais recursos para investimentos diretos em serviços essenciais.
“A máquina pública precisa ser enxuta e eficiente, com custos mínimos necessários para que sobrem recursos para investimentos na ponta, onde a população mais precisa”, enfatizou.
Garcia afirmou também que esperava um plano mais robusto e comprometido com uma reforma estrutural, e não apenas ajustes fiscais pontuais.
“Cortar gastos significa enfrentar de frente a necessidade de enxugar a máquina pública. O Brasil precisa de uma gestão responsável e ousada, que foque em eficiência e redução de custos, antes de buscar qualquer aumento de tributos. Essa é a prioridade”.