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“Sandro Louco” diz querer mudar de vida e pede para jogar bola

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Considerado um dos principais líderes de uma facção criminosa em Mato Grosso e com condenações que ultrapassam 160 anos de prisão, Sandro Silva Rabelo, o “Sandro Louco”, afirmou em depoimento à Justiça que quer “mudar de vida” após sair do regime fechado.

 

O MidiaNews teve acesso ao depoimento prestado por “Sandro Louco” na ação penal oriunda da Operação Ativo Oculto, em que ele é acusado de crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

 

Parte desse depoimento também embasou a deflagração da Operação Nexus, nesta terça-feira (3), para apurar suposta ligação de agentes penitenciários com a facção.

 

“Eu quero mudar minha vida, não precisa ninguém acreditar em mim, eu que tenho que mostrar, tenho que ter a vontade, não é os outros [sic]”, disse.

 

“Eu tenho fé em Deus que vou sair daqui, completando esses 30 anos, eu vou embora e vou colocar em prática, vou mostrar que quero mudar minha vida”, acrescentou.

 

Ainda no depoimento, ele implorou ao juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá,  para ter o direito de jogar bola na Penitenciária Central do Estado (PCE), onde está preso atualmente. Na época do depoimento, “Sandro Louco” estava no Raio 8 da unidade, que funciona como uma espécie de “solitária”. Ele já deixou o local.

 

“Eu queria pedir para o senhor Dr. Jean. Poxa Dr. Jean, deixa eu entrar para o sistema pelo menos para jogar uma bola, é coisa que eu gosto de fazer. Eu não estou pedindo nada demais para o senhor”, pediu.

 

Veja o vídeo: 

 

 

Operação Nexus

 

A ação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) cumpriu cinco mandados de busca e apreensão, sendo quatro em residências e um na Associação dos Servidores da Penitenciária Central (Aspec).

 

Segundo o Gaeco, “Sandro Louco”  disse no interrogatório que a cantina/mercadinho da PCE teria se vinculado à facção criminosa.

 

O réu disse que o estabelecimento possibilitava a circulação de mercadorias e capitais de maneira autônoma pelos líderes faccionados. Sugeriu também a ocorrência de movimentação milionária de dinheiro em espécie no local, sem qualquer fiscalização, por servidores públicos investigados e reclusos da unidade prisional e que toda a verba transacionada era relacionada à Aspec.

 

Ainda segundo o Gaeco, apesar de a Associação não possuir capital social, movimentou entre o período de 18/09/2019 a 03/07/2023, mais de R$ 13 milhões.

 

Histórico

 

“Sandro Louco” é condenado pela prática dos crimes falsificação, roubo, homicídio, latrocínio, sequestro e cárcere privado e posse ou porte de arma de fogo. 

 

Ele foi preso pela primeira vez no ano 2000, após assaltar um banco em Várzea Grande, mas conseguiu fugir no mesmo ano.

 

Posteriormente, saiu da cadeia pela porta da frente e ainda levou as armas dos policiais que faziam a guarda.

 

Ao ser recapturado e encaminhado para o Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), escapou novamente.

 

A nova prisão aconteceu apenas em fevereiro de 2002, quando foi levado para a PCE.

 

Em 2003, Sandro foi transferido para o Presídio Major Eldo Sá Corrêa (Mata Grande), em Rondonópolis (a 215 km de Cuiabá), e novamente conseguiu fugir.

 

A última prisão ocorreu no ano de 2005. Ele ficou cerca de 6 meses em uma unidade prisional de São Paulo.

 

Ao voltar para Mato Grosso, foi levado para Água Boa (a 730 km ao leste da Capital), onde liderou a rebelião em que cometeu um assassinato.

 

Ele foi transferido para a unidade de segurança máxima em Catanduvas (PR) no início do ano de 2007 e depois para presídio federal de Mossoró (RN).

 

Em 2012, retornou a PCE e, em 2016, foi enviado novamente para Catanduvas. Em 2019, retornou de novo para a PCE. 

 

 





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