Presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Eduardo Botelho (União) afirmou, nesta quarta-feira (11), que os policiais militares de Mato Grosso não vão adotar as câmeras corporais, por enquanto. Botelho, no entanto, diz ser inevitável a implementação do equipamento nas fardas dos militares por conta da modernização da tecnologia.
“As câmeras vão ter que ser colocadas, é indiscutível. A tecnologia vem, devagar, e um dia terá que ser colocada. Mas, enquanto der para segurar, nós vamos segurar”, afirmou em entrevista à imprensa.
“Nós estamos numa guerra contra as facções, contra as organizações criminosas e as câmeras não favorecem o trabalho dos policiais. Acredito que a obrigatoriedade das câmeras nas fardas vai acontecer, mas no momento a ideia é não colocar”, completou.
A discussão sobre as câmeras corporais em militares voltou à tona após diversos casos de abuso da violência policial no Estado de São Paulo. Lá, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou uso obrigatório com gravação ininterrupta.
Em Mato Grosso, segundo Botelho, o cenário é diferente. O parlamentar apontou que a tropa no Estado apenas reage a investidas de criminosos.
“A câmera inibe o trabalho do policial. Às vezes o policial precisa fazer um enfrentamento com os bandidos e ele recua, porque acaba ficando com medo da câmera trabalhar contra ele e da reação dele ser mal interpretada”, afirmou.
“A Polícia só mata aqui quando tem o enfrentamento. Em Mato Grosso, nós não temos a polícia que tem cultura de entrar em comunidade batendo nos outros, arrombando portas. Você não vê isso aqui. Aqui não temos um enfrentamento, são contra as grandes facções criminosas”, completou.
Câmeras de segurança
O presidente da Assembleia ainda ponderou que o Governo do Estado está investindo em câmeras de monitoramento nas ruas.
“Vivemos em um mundo que tem câmera para todo o lugar. O Governo está instalando 30 mil câmeras no Estado”, disse.
Assim como Botelho, o governador do Estado Mauro Mendes (União) já descartou o uso do equipamento nas tropas mato-grossenses.