O secretário estadual de Infraestrutura, Marcelo de Oliveira, disse que sua equipe fará o possível para que as obras do BRT (ônibus de trânsito rápido) Cuiabá e Várzea Grande sejam concluídas até o final de 2026, conforme determinado pelo governador Mauro Mendes (União).
Conforme o secretário, as obras serão retomadas com a divisão do restante dos serviços em lotes e a contratação de várias empresas. O Governo já tem garantido em caixa os recursos necessários para a conclusão dos trabalhos.
Segundo o secretário, a divisão em lotes tem o objetivo de dar mais celeridade aos trabalhos. As empresas serão contratadas por especialidades.
“Teremos uma Empresa para fazer a parte do pavimento rígido, uma empresa para as estruturas metálicas das estações, outra para as obras de arte, para iluminação e assim por diante”, explicou.
Ele no entanto, afirmou que não há como dar uma data para a entraga do modal.
“Infelizmente, eu não posso dar uma data precisa, mas pode ter certeza que lutaremos com as armas necessárias para que a gente possa cumprir aquilo que foi determinado pelo governador”, afirmou o secretário, ao citar que o corredor mais próximo da conclusão é o que liga o Terminal do Bairro CPA até o aeroporto.
Pode ter certeza que lutaremos com as armas necessárias para que a gente possa cumprir aquilo que foi determinado pelo governador
As declarações foram dadas na manhã desta segunda-feira (17), em audiência pública na Assembleia Legislativa que discutiu os rumos do BRT na Grande Cuiabá. As obras estão paralisadas há mais de um mês após o contrato com o consórcio ser rompido amigavelmente.
De acordo com Oliveira, o o fato de ter dinheiro em caixa pode auxiliar na celeridade do processo. Ocorre que, segundo o secretário, os entraves burocráticos para o rompimento do contrato podem frustrar as expectativas do Paiaguás.
“O governo tem recurso no caixa, tem orçamento para a conclusão da obra do BRT. Nós tínhamos, inclusive, empenhados R$ 153 milhões com o dinheiro no caixa para pagarmos o consórcio”, disse.
“[…] Nós precisamos do aval do Tribunal de Contas e mandamos para o Ministério Público [para romper o contrato amigavelmente]. Nós temos procedimentos licitatórios que terão que ser cumpridos. Nos procedimentos, nós temos direito de ampla transparência, em que a empresa que se sentir prejudicada pode entrar com isso ou aquilo outro”, emendou.
Marcelo de Oliveira ressaltou o compromisso do Governo do Estado com a conclusão do BRT. “O que garanto para todos é que o Governo do Estado tem o maior interesse em concluir as obras. E eu vou dizer o porquê. Porque quando o governador assumiu o governo, ele me chamou e disse: Marcelo, eu quero a conclusão das obras paralisadas no Estado de Mato Grosso”, relatou.
“Ninguém quer mais essa conclusão da obra do que eu”
Eu sou daqui. Meu pai era dono de padaria, trabalhador e honesto. Ninguém tem mais vontade de concluir essa obra do que esse cuiabano velho aqui
O secretário ainda citou que, ao assumir o Governo em 2019, Mendes deu ordem para que todas as obras em andamento no Estado fossem concluídas. Ele citou a conclusão do Centro Oficial de Treinamento (COT) da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), do Parque do Barbado, da Avenida Arquimedes Pereira Lima, da Trincheira da Avenida dos Trabalhadores, a Avenida 8 de Abril e a Ponte do Parque Italaia.
“A única coisa que ficou é a conclusão do BRT, e esperamos concluir o BRT”, afirmou.
“Nós queremos essa conclusão da obra, e ninguém quer mais essa conclusão da obra do que eu. Sabe por quê? Eu nasci aqui. Estou aqui desde o ano de 1800. O tataravô do meu avô é nascido em Vila Bela de Santíssima Trindade. Eu sou daqui. Meu pai era dono de padaria, trabalhador e honesto. Ninguém tem mais vontade de concluir essa obra do que esse cuiabano velho aqui”, concluiu.
Acordo amigável
O consórcio responsável pelas obras do BRT terá um prazo de 150 dias para concluir os trabalhos no trecho da Avenida Historiador Rubens de Mendonça (do CPA). Caso não cumpra o prazo estipulado, será aplicada uma multa de R$ 54 milhões ao consórcio.
O acordo também prevê o pagamento de R$ 11,4 milhões ao consórcio para reequilíbrio financeiro devido a atrasos causados pela Prefeitura de Cuiabá, sob a gestão Emanuel Pinheiro (MDB), que impediu o levantamento topográfico em 2023.
O acordo traz, ainda, a obrigação pelo consórcio de destinar 80% deste valor para pagar os fornecedores locais, que prestaram serviço ao consórcio e não receberam.
Veja vídeo:
Leia mais sobre o assunto:
“Emanuel travou obras e causou insegurança jurídica todo tempo”
Consórcio tem 150 dias para concluir trecho na Av. do CPA