O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Max Russi (PSB), rebateu a moção de repúdio aprovada na Câmara de Cuiabá contra deputados estaduais que derrubaram o veto do governador Mauro Mendes (União) ao projeto que autoriza o funcionamento de mercadinhos em unidades prisionais.
É mais um movimento político. Quantos vereadores vão disputar a Assembleia no próximo ano? O que fez o requerimento, inclusive, é candidato novamente
Em tom firme, Max afirmou que a decisão da Câmara tem viés político e alfinetou o histórico da Casa ao citar a alcunha de “Casa dos Horrores”.
“Já pensou se eu começasse a discutir Câmara dos Horrores aqui? Não é a nossa forma”, ironizou.
“Nós queremos uma Câmara Municipal fortalecida, cuidando dos projetos da população, da limpeza, dos buracos da cidade, da abertura do hospital infantil. É isso que a Câmara tem que cuidar”, acrescentou.
A moção foi proposta pelo vereador Dilemário Alencar (União) e aprovada por 14 vereadores. Ela deve ser encaminhada à Assembleia Legislativa como resposta à votação que manteve a permissão para vendas de itens em mercadinhos dentro dos presídios de Mato Grosso.
Como a votação na Assembleia foi secreta, não é possível identificar nominalmente os 13 que votaram a favor da derrubada do veto. Apenas o deputado de oposição Ludio Cabral (PT), anunciou o voto.
Para Max, a moção tem motivações eleitorais por parte dos parlamentares cuiabanos, que devem sair como candidatos na eleição do ano que vem. “É mais um movimento político. Quantos vereadores vão disputar a Assembleia no próximo ano? O que fez o requerimento, inclusive, é candidato novamente. Disputou a eleição e não foi eleito. Agora, vai procurar todos os argumentos e formas possíveis para desmerecer quem está na Assembleia e se promover. Isso faz parte”, afirmou.
“Vender o necessário”
O presidente já disse ser necessário a votação secreta para vetos governamentais, como forma de manter a autonomia do Legistivo.Segundo Max, a autorização para o funcionamento dos mercadinho não libera a venda de itens supérfluos, e sim permitir o acesso a produtos de necessidade básica.
“A Assembleia deu autorização para que se venda o necessário. O que é necessário? Sabonete, pasta de dente, absorvente para mulher. Tem gente que acha que mulher tem que ficar sem isso na prisão. Isso é o mínimo”, disse.
“Se tiver sorvete, Nutella, chinelo diferenciado, a Assembleia vai cobrar. Não vamos aceitar venda de nada supérfluo dentro dos presídios.”
O presidente ainda apontou que a população carcerária é diversa e mencionou casos de injustiça.
“Lá nós temos crimes bárbaros que a gente, talvez, gostaria que tivesse uma pena de morte ou algo nesse sentido porque realmente são pessoas que não poderiam nem ir para a cadeia, mas nós temos pessoas lá que talvez foram julgadas de forma injusta. Nós temos as pessoas do 8 de janeiro que muitos pregam a anistia. Tem todos os tipos de presos”, disse.
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