Familiares do adolescente de 15 anos agredido pelo policial militar Rennan Albuquerque de Melo, de 34 anos, em um condomínio de Cuiabá, afirmaram que a família foi ameaçada de morte pelo militar. Eles estão organizando um ato pedindo Justiça.
Em conversa com o MidiaNews, Margareth Alves de Arruda, tia do garoto, relatou que as agressões começaram no momento em que o adolescente brincava na rua com amigos do condomínio Antartica, onde reside com a família.
De acordo com Margareth, Rennan saiu para a rua e, ao ver que seu carro, um VW Jetta branco, apresentava um risco na lataria, abordou o adolescente, enforcando-o e exigindo que ele mostrasse quem havia cometido o ato de vandalismo.
“O tempo todo ele ficou segurando na garganta do meu sobrinho e deu um tapa na cara dele”, disse Margareth.
Câmeras de segurança flagraram o momento em que o adolescente é agredido pelo policial militar em frente a uma das residências.
Ainda de acordo com Margareth, as agressões só cessaram após amigos do adolescente chamarem os pais da vítima. Neste momento, o policial foi até a residência da família e passou a ameaçar os familiares.
“Ele voltou à casa do meu irmão, ameaçando dar um tiro na cara do meu irmão. A sorte é que minha cunhada conseguiu segurar o meu irmão, colocá-lo para dentro de casa e fechar a porta”, relatou.
Além do adolescente de 15 anos, Margareth afirma que outras duas crianças que moram no condomínio teriam sido agredidas pelo militar.
“Meu sobrinho viu que estava sufocando muito ele e falou: ‘Foi o menino de baixo’. E aí ele [o policial] foi na casa deste menino, inclusive entrou lá na casa, tentando tirá-lo pela janela. A mãe dele fez um B.O. também contra o PM”, relatou Margareth, afirmando ainda que o policial foi em outras casas.
Ainda de acordo com a tia do adolescente, o militar é conhecido na vizinhança pelo comportamento agressivo. Mas que com a repercussão do caso, os moradores passaram a temer novas ações.
“A gente teme porque uma pessoa dessa é desequilibrada, pra mim é um desequilibrado”.
Diante da situação os vizinhos e colegas do adolescente organizaram uma manifestação no condomínio a partir das 18h. O ato tem como objetivo pedir justiça pela agressão.
“A gente não pode se calar. Não pode. Ou vão esperar acontecer o pior para poderem tomarem providência?”, finalizou a tia do adolescente.
O caso foi encaminhado para investigação na Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.
