O prefeito de Cuiabá Abilio Brunini (PL) afirmou que o contrato firmado entra a empresa CS Mobi e a Prefeitura é um “grande golpe” nas pessoas que trabalhavam no Mercado Municipal da Miguel Sutil, que fica na Avenida Isaac Póvoas.
Esse contrato é um grande golpe para a população que dedicou a vida naquele local
A obra foi lançada em 2023 e deveria estar pronta no final do ano passado.
A concessão de 30 anos foi firmada na gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). A empresa é responsável pelo estacionamento rotativo e a construção do novo mercado.
No entanto, Abilio critica o contrato por considerá-lo irregular em diversos pontos. O prefeito chegou a afirmar que o documento “assusta todo mundo”.
“Esse contrato é um grande golpe para a população que dedicou a vida naquele local”, afirmou, em entrevista ao Conexão Poder.
“Seja para os comerciantes do Centro Histórico, que têm sido prejudicados pelo estacionamento rotativo e a baixa no consumo do local, seja para as pessoas que trabalhavam naquele Mercado Municipal, que era muito depreciado, mas ainda sim eles se dedicavam ali”, acrescentou.
Abilio foi questionado a respeito dos comerciantes que foram tirados no Mercado Municipal para realização da obra e que podem não conseguir retornar por não conseguirem pagar o aluguel que será cobrado pela CS Mobi.
Segundo um representante dos permissionários, ouvido na primeira oitiva da CPI da CS Mobi, realizada na última quinta-feira na Câmara Municipal, a empresa paga atualmente um “auxílio-aluguel” de R$ 35 por metro quadrado — ou seja, bancas de 100 metros quadrados recebem R$ 3.500.
Rompimento do contrato
No entanto, após a inauguração do novo mercado, os permissionários poderão pagar até R$ 110 por metro quadrado, além de R$ 80 por metro quadrado para o condomínio, totalizando quase R$ 20 mil mensais, sem contar o fundo de final de ano. A empresa justificou o aumento alegando a valorização do local.
Segundo Abilio, a única maneira de alterar essa realidade é caso a Prefeitura consiga romper o contrato com a CS Mobi. O prefeito ainda alegou que Emanuel cometeu uma injustiça ao firmar o contrato nesses termos.
“Tem [como mudar] rompendo o contrato com a CS Mobi para poder retomar o espaço, aí o Município vai ter que arcar com a construção do imóvel”, disse.
“Hoje a CS Mobi constrói o imóvel e vai ter o direito de locar no valor que ela bem entender e isso é injusto com as pessoas que construíram sua história ali, mas foi a decisão do prefeito anterior e é o resultado que tem”.
Leia mais:
Maysa aponta “arbitrariedade” de Emanuel com permissionários
Abilio: “É imbróglio; por mim já teria tirado essa empresa daqui”