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Facção se refere a extorsão de comerciantes como “novo projeto”

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A extorsão de comerciantes é a nova aposta de integrantes da principal facção criminosa de Mato Grosso. Eles, inclusive, se referem à modalidade de crime como “Novo Projeto”.
 

A gente tem conhecimento de que é algo bem mais amplo

A Operação “A César o Que é de César”, deflagrada na manhã desta segunda-feira (10), investiga um esquema de extorsão contra ao menos 20 comerciantes em Várzea Grande.
 
Segundo o delegado Antenor Pimentel Marcondes, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), esse modelo já está sendo empregado em outras cidades de Mato Grosso.
 
“Essa modalidade do comando, eles chamam de um ‘Novo Projeto’. Não é só no camelódromo de Várzea Grande. A gente tem conhecimento de que é algo bem mais amplo, como no exemplo de Paranatinga”, afirmou o delegado.

 
No dia 28 de janeiro, um incêndio criminoso destruiu três comércios no município de Paranatinga. As forças de segurança de Mato Grosso identificaram que os mandantes dos incêndios eram membros de uma facção criminosa e prenderam duas pessoas.
 
As investigações apontam que o ataque dos criminosos foi motivado por retaliação contra comerciantes que se negavam a pagar uma mensalidade à facção criminosa.
 
Alvos de golpistas
 
Segundo o delegado, esse tipo de crime atrai golpistas de todo o país, e é preciso ter cautela.
 
“Em Paranatinga, por exemplo, naquele período em que foram presas várias pessoas diretamente ligadas à extorsão, triplicou o número de ligações, porque os golpistas se aproveitaram daquele terror, do fogo, do medo, do prejuízo aos empresários”.
 
“Golpistas do Brasil inteiro veem as notícias nos jornais, enxergam a oportunidade, vão no Google, entram em contato com os comércios e praticam a extorsão. A vítima entra em desespero”. 
 
O primeiro passo, segundo ele, é bloquear esses contatos, uma vez que, se for uma extorsão legítima da facção, eles encontrarão outros meios de insistir.
 
Fuga e prisão
 
Na manhã desta segunda-feira (10), dois dos principais executores, considerados os mais violentos, foram presos em Cuiabá. Eles haviam fugido para a comunidade da Rocinha, favela localizada na Zona Sul do Rio de Janeiro.
 
Eles foram identificados como Ozia Rodrigues, conhecido como “Shelby” e que seria o líder, e Carlos Rodrigues Lopes da Silva, o “Maxixe”.
 
“No dia em que iniciaram as investigações e eles perceberam a movimentação da Polícia, na madrugada do mesmo dia. Um levou o outro ao aeroporto e comprou uma passagem à vista por R$ 5 mil, em espécie. Fugiu, conforme as informações, para a [favela da] Rocinha”, explicou o delegado.
 
“Hoje, a Rocinha é um reduto da criminalidade. Não que a gente não possa chegar lá, mas tem que ser uma operação de guerra, e o STF já disse que não pode. O que quero destacar é isso: sei que não é só em Várzea Grande”, disse.
 
Segundo o delegado, “a extorsão é um dos crimes mais graves do Código Penal” e, somando as penas referentes às várias vítimas desse caso, os autores podem receber de 100 a 150 anos de prisão.
 
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