O Ministério da Fazenda revisou para baixo a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2025. A projeção saiu de 2,5% para 2,3%.
O PIB é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país em um ano. A revisão aconteceu devido ao aumento na taxa básica de juros e ao cenário conjuntural externo, apontou o documento, chamado de “2024 em retrospectiva e o que esperar para 2025”, da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda.
“A gente espera uma desaceleração do ritmo de crescimento. Estamos atravessando ciclo de aumento de juros, que tem impacto no ritmo de atividade”, disse o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello. O resultado de 2025 deve contar com uma aceleração no setor agropecuário e uma redução na indústria e em serviços.
A previsão de queda no ritmo de crescimento do PIB vai na contramão de declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta terça (11). “Se lembram que quando eu tomei posse, o FMI dizia: O Brasil só vai crescer 0,8%. Nós crescemos 3,2%. E pode dizer que esse ano o Brasil ainda vai crescer 1,5%. Nós vamos crescer 3,7%. E não falem bobagem, de que não vamos crescer neste ano”, disse no primeiro dia do Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas .
O BC (Banco Central) estima em 2% o crescimento do PIB brasileiro em 2025, com desaceleração mais forte no segundo semestre. Questionada sobre isso, a subsecretária de Política Macroeconômica da Fazenda, Raquel Nadal, disse que “ainda que ele [Gabriel Galípolo, presidente do BC] não esteja vendo desaceleração no m do ano e no início agora, Banco Central já vê desaceleração forte em 2025”.
Para a SPE, um “aumento muito acentuado do protecionismo nos EUA é o principal risco [para 2025], que pode levar o FED a interromper ciclo de redução de juros”. Nesse caso, as projeções podem ser revistas.
Nesta quinta (13), o presidente dos EUA, Donald Trump, disse em sua rede social Truth Social que as últimas três semanas foram as melhores, mas que esta quinta-feira promete ser um “grande dia” em razão das tarifas recíprocas que pretende implementar. A medida teria impacto para países que cobram taxas sobre importação dos EUA. Para a inação, a previsão da Fazenda é de que a meta será descumprida novamente, com um aumento de 4,8% nos preços medidos pelo IPCA.
Nesse caso, o indicador repetiria o medido em 2024. Apesar do estouro da meta, a Fazenda espera que a inação de alimentos caia neste ano. “Os preços de carnes tendem a desacelerar até o nal do ano, menos impactados pela reversão no ciclo de abate do gado e pelo avanço das exportações”, apontou.
“O cenário também deverá ser mais favorável para o arroz, feijão, alimentos in natura e derivados de soja e leite, reetindo as boas perspectivas para o clima e para a produção agrícola em 2025”, continuou. Por outro lado, a Fazenda espera um aumento nos preços de trigo e derivados devido a uma baixa colheita no ano passado.