O superintendente da Polícia Federal de Mato Grosso, Fabrício Braga, afirmou que foram identificados 17 diferentes CNPJs ligados ao grupo suspeito de um esquema de contrabando de eletrônicos em Cuiabá e Várzea Grande. Eles foram alvos da Operação Falsus Deviatis, deflagrada na manhã desta terça-feira (29).
Se trata de uma única empresa organizadora que se valia de 17 CNPJs para fazer a movimentação financeira
Segundo Braga, parte das empresas e outros bens foram colocados em nome de laranjas para a sonegação de impostos.
“Esses laranjas forneciam CPFs para que fosse feito o cadastramento das empresas em seus nomes, além de fornecer o CPF para que os bens sejam registrados e ocultados no nome deles”, disse.
“Se trata de uma única empresa organizadora que se valia de 17 CNPJs para fazer a movimentação financeira e vendas dos produtos”, acrescentou.
Duas dessas empresas alvos das ações desta manhã foram a F-Cell e a Brasiphone.
Segundo o delegado, todos os CNPJs tinham local de funcionamento próprio, mas faziam movimentações conjuntas.
“Às vezes, um CNPJ respondia pelo outro, havia uma ocultação de alguns CNPJs em movimentações financeiras”, disse.
Valores milionários
Fabrício Braga afirmou que ainda não é possível precisar o montante apreendido, mas afirmou ser uma quantia milionária.
“Foram apreendidos mais de R$ 100 mil em espécie, apreensão e sequestro de veículos de luxo, veículos milionários, na casa de R$ 8 milhões, além de apreensão de mercadorias importadas, cujo valor total é superior a R$ 1 milhão”, disse.
O grupo responde por três crimes, sendo eles o descaminho, devido a importação clandestina, associação criminosa, uma vez que se trata de um grupo de pessoas associadas para cometer crimes, e lavagem de dinheiro ou ocultação de valores.
A operação conjunta integrou a Polícia Federal, a Receita Federal e a Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso. Foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão e de sequestro de valores.
Produtos falsos
Segundo o superintendente da Receita Federal em Mato Grosso, o auditor fiscal Daniel Belmiro Fontes, além de não pagarem impostos sobre os produtos apreendidos, a maioria deles era falsificada com selos falsos da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
“A maioria eram produtos falsificados, inclusive com o próprio selo da Anatel falsificado. Ele dá uma aparência de um produto legal para o consumidor, mas o selo, às vezes, é o mesmo selo em todos os produtos, colados de maneira indevida”, disse.
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