Início GERAL Júlio fala sobre trajetória e vida amorosa: “Melhor só na paquerada”

Júlio fala sobre trajetória e vida amorosa: “Melhor só na paquerada”

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Com uma trajetória política que atravessa cinco décadas, Júlio Campos (União) é um dos nomes mais emblemáticos da história política de Mato Grosso.
 

É melhor ficar só na paquerada… Vai em São Paulo, uma paquerada por lá, viaja, né? E aqui em Cuiabá, de vez em quando, um namorico

Primeiro governador eleito após o regime militar (1983-1986), o deputado estadual e ex-senador concedeu uma entrevista  exclusiva ao MidiaNews, na qual falou sobre os desafios da política atual, vida amorosa e o legado que pretende deixar para as futuras gerações (veja a íntegra ao final da matéria).  
 
Aos 78 anos, Júlio não perdeu o bom humor nem a vitalidade. Questionado sobre sua vida amorosa, ele disse: “Já não estou mais com saúde, nem com idade suficiente para inventar um novo relacionamento fixo permanente”.
 
Viúvo da professora Isabel Pinto de Campos, falecida em 2012 após uma batalha contra o câncer, o político revelou que as filhas têm ciúmes da ideia de ele se casar novamente.

 
“As meninas, filha mulher é terrível, tem um ciúme do pai, de jeito nenhum, ninguém vai dormir na cama de mamãe”, contou, rindo. Apesar das brincadeiras, ele afirmou que está feliz com a vida que leva hoje, cercado de netos e com algumas “paqueradas” esporádicas.  
 
“Até pensei no início, mas aí, com um problema difícil com as filhas, essa coisa toda, eu falei: é melhor ficar só na paquerada… Vai em São Paulo, uma paquerada por lá, viaja, né? E aqui em Cuiabá, de vez em quando, um namorico, como eu dizia”.  
 
Ele lembrou que, antes de falecer, Isabel brincava dizendo: “Júlio, se eu morrer cedo, você pode casar, mas se for depois de 60 anos, está proibido”. Como ficou viúvo aos 66 anos, ele respeitou o combinado.
 
 
 
 
Hoje, Júlio Campos se dedica à família, especialmente aos netos. “Tive o privilégio de ter seis netos, cinco homens e uma menina. Graças a Deus, agora saiu a Isabelita”, comemorou.  

Graças a Deus! Por incrível que pareça, Deus gosta muito de mim

 
Desafios políticos e eleições de 2026  
 
Júlio também falou sobre política e o quadro eleitoral para 2026. Ele destacou que ainda é cedo para definir cenários, já que a janela partidária de 2026 pode trazer mudanças significativas. “Tudo é possível, há bem a janela partidária, pode haver uma fusão lá em Brasília de partidos, uma federação”, explicou.  
 
Ele disse que o governador Mauro Mendes (União) tem um candidato preferido ao Palácio Paiaguás, o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), que, segundo Júlio, “tem todos os méritos, é um grande gestor, um bom administrador e um político sério”. 
 
“Discutir candidatura agora é muito incipiente, está muito no início. A partir de março do ano que vem, nós vamos saber se vamos ficar na União Brasil com a candidatura própria ou se vamos fazer uma conigação ou até sair da União Brasil”, explicou.  
 
 

 
A volta à política em 2022: saúde, pressão dos amigos e um novo desafio 
 
Em 2014, Júlio Campos anunciou sua despedida da vida pública em uma entrevista icônica ao MidiaNews. No entanto, em 2022, ele surpreendeu ao voltar à cena política. “Realmente eu tinha me despedido a vida pública. Aliás, já estava até despedindo porque eu achava que eu não ia sobreviver”.
 
Na época, ele enfrentava sérios problemas de saúde. “Quando eu peguei essa hipótese hepática, o médico falou: tem um caminho pro senhor, é transplante de fígado. E transplante você tem 70% de possibilidade de dar certo e 30% de óbito”, relembrou.  
 

Se eu for candidato e Jaime Campos for candidato, seja de governador ou senador, vamos ser os mais votado em Várzea Grande

Após o sucesso do transplante, em 2017, Júlio se recuperou e, em 2022, cedeu à pressão dos amigos. “Falaram: Júlio, você tem que voltar, você está bem de saúde, você engordou, você está bonito, está novo, está com pique ainda, precisamos de pessoas na política como você”, contou.
 
Ele também consultou os filhos, que o apoiaram. “Eles perguntaram: o senhor gostaria de voltar? Falei: olha, tem um cargo que eu nunca fui, que é deputado estadual”.  
 
A campanha de 2022 foi uma das mais desafiadoras de sua carreira. “Foi a mais difícil eleição que eu tive na minha vida”, admitiu. Mesmo assim, ele conseguiu se eleger como o sexto deputado mais votado, com quase 34 mil votos.
 
“Graças a Deus! Por incrível que pareça, Deus gosta muito de mim”, brincou.  
 
Derrota em Várzea Grande e o fator Bolsonaro 
 
Sobre a derrota do ex-prefeito Kalil Baracat (União) nas últimas eleições em Várzea Grande, Júlio admitiu que o “fator Bolsonaro” foi decisivo. “O bolsonarismo é muito forte em Mato Grosso, em especial aqui na Baixada Cuiabana”, afirmou.
 
Ele destacou que a candidata do PL, atual prefeita Flávia Moretti, teve o apoio maciço do presidente Jair Bolsonaro e de sua família, o que influenciou o eleitorado.  
 
“Ela com o apoio do presidente Bolsonaro, que veio aí fazer a campanha, da Michele Bolsonaro, que veio a Várzea Grande, do filho Eduardo Bolsonaro, enfim, todo o PL do Brasil inteiro, Mato Grosso, apoiou a Flávia”, disse.  
 
Além disso, Júlio citou a falta d’água e a “fadiga de material” como fatores que influenciaram o resultado. “A falta d’água foi um fator preponderante, porque ela fez uma campanha ostensiva em cima disso”, explicou.
 
No entanto, o político minimizou o impacto da derrota para a família Campos. “Se eu for candidato e Jaime Campos for candidato a algum mandato, seja de governador ou senador, vamos ser os mais votado em Várzea Grande”, garantiu.  
 
 

 
Sobre a gestão da prefeita Flávia Moretti (PL), Júlio adotou um tom de apoio, mas reconheceu os desafios enfrentados por ela. “Todo início é difícil. Ela tem uma dificuldade  porque ganhou a eleição, mas o seu partido não ganhou. Dos 23 vereadores de Várzea Grande, 19 foram do grupo do Kalil Baracat”, explicou.
 

O Instagram, o Facebook, todas as mídias sociais são hoje muito importantes, principlamente para se aproximar dos jovens

Ele acredita que, aos poucos, a prefeita pode conquistar novos aliados. “No que depender do meu apoio, eu vou ajudá-la. Estou levando até na próxima semana uma emenda para ela, para ajudar na Saúde, que é um problema gravíssimo em Várzea Grande. Vou destinar a ela um milhão e meio de reais para a saúde e um milhão de reais para Cuiabá”, disse.
 
Segurança pública
 
Diante do aumento da criminalidade no país, Júlio Campos defendeu uma discussão sobre a pena de morte e a prisão perpétua. “Nós somos o Estado que mais mata as mulheres no Brasil”, lamentou, citando o caso recente da jovem E. A. S., 16 anos, morta grávida de nove meses em Cuiabá.
 
“Louca coisa nenhuma, tinha que ser prisão perpétua no mínimo”, disse, referindo-se à Nataly Helen Martins Pereira, de 25 anos , assassina da jovem. Ele criticou a atuação de organizações criminosas e defendeu uma reformulação urgente na política de segurança pública.
 
“O Brasil tem que repactuar a sua política de segurança pública e de justiça com urgência. Caso contrário, esta nação vai implodir”, alertou.  
 
 
O impacto das redes sociais na política
 
Júlio enxerga as redes sociais como uma ferramenta transformadora no cenário político atual. “O Instagram, o Facebook, todas as mídias sociais são hoje muito importantes, principlamente para se aproximar dos jovens”, afirmou.
 
Ele destacou o exemplo do presidente Jair Bolsonaro, que, em 2018, utilizou as redes sociais de forma eficiente para se eleger.
 
“Ele não precisou gastar. Em 2018, quando foi a eleição dele para presidente, ele usou muito bem a mídia social através do celular, através dos computadores, terminou sendo presidente da república”, explicou.  
 
Campos ressaltou que as redes sociais democratizaram o acesso à política, barateando campanhas e permitindo que candidatos com menos recursos alcancem o eleitorado.
 
“Uma campanha que ia custar 100 milhões de reais se ele tivesse que percorrer o Brasil todo, fretar aviões, distribuir material de propaganda, ele não teria condição. Com a mídia social, ele gastou 2 milhões de reais”, disse.
 
Ele também citou o poder das redes para aproximar políticos e eleitores. “Nesta entrevista que eu estou com você, estou atingindo milhares de pessoas que talvez não pudessem ver o jornal ou ligar um aparelho de televisão”, completou.  
 
Sobre como seria sua trajetória se as redes sociais existissem nos anos 60, Júlio foi sincero: “Olha, eu acho que seria mais difícil um pouco, né? Porque a gente não estava acostumado”. Ele reconheceu, no entanto, que a revolução digital trouxe mudanças “brutais” para a política. 
 
 
 
Legado
  
Ao ser questionado sobre como gostaria de ser lembrado, Júlio Campos destacou seu papel como “governador da integração”. “Eu liguei Mato Grosso. Antes, nem Barra do Garças se comunicava conosco”, relembrou.
 
Ele citou a criação de 24 novos municípios em 1986 e a pavimentação de estradas que conectaram regiões antes isoladas. “Eu acho que isso vai ser o meu legado a Mato Grosso, a integração do Estado”, concluiu, com orgulho de quem dedicou décadas ao desenvolvimento de sua terra.  
 
“Alguns amigos dizem que o outro título seria o ‘Pai do Nortão’, porque eu realmente valorizei o Nortão. O Júlio levou o asfalto e o Jayme levou a energia elétrica. Que são  dois fatores importantes para o desenvolvimento do Estado. Então eu acho que isso que vai ser o meu legado a Mato Grosso, a integração do Estado.”, concluiu. 
 
Confira a entrevista completa:
 
 



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