O laudo de necropsia no corpo da adolescente Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos, revelou uma lesão na parte íntima da jovem, condizente com “atos libidinosos recentes”. Ela foi asfixiada até a morte e encontrada, na madrugada de quarta-feira (23), em um poço no Bairro Ribeirão do Lipa, em Cuiabá.
As lesões genitais encontradas são recentes e compatíveis com atos libidinosos
A Polícia solicitou ainda laudos complementares como pesquisa de DNA e sêmem, para confirmar se houve estupro, ou seja, “conjunção carnal recente”.
O exame necroscópico, ao qual o MidiaNews teve acesso, foi realizado poucas horas após a localização do corpo da jovem, por volta das 7h.
Heloysa foi tirada de um poço de aproximadamente 8 metros de profundidade, em uma área de mata fechada. A maior parte das lesões aconteceu com ela ainda viva e, outras, com ela já morta. Ela tinha amarras nos punhos e tornozelos com fio de carregador de celular.
Além das múltiplas lesões no corpo da jovem, o documento apresenta que foi “relatado [pela Polícia] também suspeita de abuso sexual”.
Lesão na genital
O documento aponta que a vítima apresentava uma lesão condizente com ato libidinoso e uma condição que permite suspeitar que possa ter havido penetração.
“Equimoses e escoriações recentes nos pequenos lábios nos quadrantes posteriores direito e esquerdo e na fúrcula vaginal, na posição de 3 a 9 horas nos marcadores do relógio pelo método de Lacassagne”, diz trecho do documento.
As equimoses são manchas roxas na pele; já as escoriações, ferimentos que rompem a integridade da pele, como os arranhões. Heloysa tinha, então, ferimentos dos dois lados dos pequenos lábios e na parte inferior da entrada da vagina, chamada de fúrcula vaginal.
Foram constatados sinais evidentes de violência física, atos libidinosos recentes e crueldade contra a vítima
O método do relógio de Lacassagne, citado no documento, é uma forma usada na medicina legal para localizar com precisão lesões na região genital, como se o local fosse visto de frente como um mostrador de relógio.
A princípio, não foram observados líquidos ou secreções na região íntima da vítima.
“As lesões genitais encontradas são recentes e compatíveis com atos libidinosos”, diz trecho do documento.
A causa da morte, segundo a perícia, foi asfixia mecânica por estrangulamento. “Foram constatados sinais evidentes de violência física, atos libidinosos recentes e crueldade contra a vítima”.
O caso
Heloysa foi morta por asfixia com um cabo USB e jogada enrolada em um lençol em um poço do Bairro Ribeirão do Lipa. O assassinato da jovem aconteceu na noite de terça-feira (22), no Bairro Morada do Ouro, na residência dela. Seu corpo foi encontrado durante a madrugada de quarta-feira (23).
O ex-servidor Benedito Anunciação de Santana, padrasto da jovem, é acusado de ter orquestrado o assassinato de Heloysa e da mãe dela, sua companheira, Suellen de Alencastro Arruda, que foi violentamente espancada e sobreviveu.
Gustavo Benedito Júnior Lara de Santana, de 18 anos, filho de Benedito, teria participado da ação e contratado dois amigos para executar o crime.
A principal hipótese da Polícia é que o crime tenha sido motivado por uma briga entre Benedito e Suellen, que aconteceu horas antes do crime, motivada por ciúmes.
Leia mais:
MPE: “O que fizeram com essa jovem não se faz com um ser vivo”
Ex-servidor foi ouvido 2 vezes após crime e tentou culpar menor
Família de Heloysa se revolta com declaração: “Absurda e cruel”
Saiba quem é o ex-servidor suspeito pela morte da enteada
“Estudiosa; sonhava ser veterinária e teve sonho interrompido”
Servidor preso fez publicação pedindo ajuda para encontrar menor
Servidor estadual é preso suspeito por morte de adolescente
Menor sequestrada é encontrada morta dentro de poço em Cuiabá