A diretora metropolitana de Medicina Legal, Alessandra Carvalho Mariano, afirmou que os exames periciais aos quais a adolescente Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos, foi submetida, demonstraram que ela tentou resistir às agressões e que teve múltiplas lesões por todo o corpo: “Está bem evidente a crueldade”
Tem vestígios de que foi contida fisicamente, os braços e as pernas foram amarrados, tem sucos com reação vital, foi em vida
A causa da morte, conforme os exames, foi por asfixia mecânica, “constrição cervical na modalidade estrangulamento”, afirmou Carvalho.
Segundo a diretora, o caso foi registrado como sendo de “alta complexidade” e todos os protocolos foram seguidos à risca, incluindo o Pop (Procedimento Operacional Padrão) de necropsia e o Protocolo Nacional de Investigação e Perícias nos Crimes de Feminicídio, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
“De início, fizemos uma investigação radiológica e o corpo foi encaminhado para um flat scan na busca de fraturas. Foi feita uma necroscopia externa e foi evidenciado múltiplas lesões corporais por ações contundentes no rosto e em todo o corpo. Mecanismos de trauma diversos, mas todos por ação contundente”, detalhou.
Segundo a médica legista, ao analisar as lesões no corpo da vítima, fica evidente a crueldade com que o crime foi praticado.
“Tem vestígios de que foi contida fisicamente, os braços e as pernas foram amarrados, tem sucos com reação vital, foi em vida, a maioria das lesões foram com reação vital, tinha uma lesão sem reação vital, mas que é condizente com a queda dentro do poço”.
Exames complementares
Segundo a médica legista, há também exames complementares em andamento, como rotina para violência sexual.
“Nós estamos investigando, foi coletado amostras, secreções biológico subungueal, canal vaginal, anal, toxicológico. E vamos aguardar agora os resultados dos exames da perícia”, explicou.
O crime
A jovem Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos, foi agredida e morta em casa, no Bairro Morada do Ouro. De lá, ela foi levada morta e teve o corpo jogado em um poço, no bairro Ribeirão do Lipa.
O principal suspeito de ter arquitetado a morte dela é o padrasto, o servidor público Benedito Anunciação de Santana, de 40 anos.
Benedito teria encomendado também a morte da mãe da jovem, que foi brutalmente agredida, mas conseguiu sobreviver.
O crime teria motivação passional, após uma briga do casal motivada por ciúmes.
Benedito e outras três pessoas estão presas por envolvimento no crime, dois deles são menores de idade.
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