O governador Mauro Mendes (União) voltou a fazer duras críticas ao presidente da França, Emmanuel Macron, por, segundo ele, tentar prejudicar o agronegócio brasileiro com barreiras ambientais e até interferência na construção da Ferrogrão.
Mendes afirmou que países europeus como França e Alemanha querem barrar o crescimento do Brasil no setor agropecuário para proteger os próprios produtores.
Ele [Macron] está preocupado com os produtores franceses que são incompetentes e vivem à base de subsídio
“O senhor Macron vive tentando jogar casca de banana para nós, inventando barreiras ambientais”, disse Mendes em entrevista ao podcast da Aprosoja.
“No fundo, ele está preocupado com os produtores franceses que são incompetentes, que têm um modelo de agricultura ineficiente e vivem à base de subsídio do governo francês”, emendou.
O governador se refere a ameaça de embargos comerciais feito pelos países, em especial às commodities mato-grossenses, em razão do desmatamento e das queimadas.
Mendes também criticou a tentativa do presidente francês de influenciar lideranças indígenas contra a Ferrogrão. Ele lembrou que março de 2024, Macron conversou com o cacique Raoni Metuktire, líder do povo kayapó, que posteriormente pediu ao presidente Lula (PT) para desistir da ideia de construir a Ferrogrão.
“Ele veio aqui falar com o Raoni, o nosso cacique, para o Raoni falar que é contra a Ferrogrão. Falei: ‘Tenha santa paciência, Macron. Vai chupar prego para lá’. Não tem lógica”, disse.
Ele veio aqui falar com o Raoni, o nosso cacique, para o Raoni falar que é contra a Ferrogrão. Falei: ‘Tenha santa paciência, Macron. Vai chupar prego’
A Ferrogrão, que ainda está em fase de projeto, será um dos principais corredores de escoamento de grãos do Brasil, reduzindo custos logísticos e emissões de carbono ao substituir o transporte rodoviário.
“Tentam nos satanizar”
Para Mendes, as críticas internacionais ao projeto e ao agronegócio brasileiro são tentativas de minar a competitividade nacional.
“A França e a Alemanha juntas têm 70 mil km de ferrovia. Nós temos pouco mais de 300 km, somos maiores que esses dois países somados. E o cara vem aqui falar que está preocupado com o meio ambiente? Ele não está preocupado com nada”, criticou Mendes.
“Produzir alimentos como produzimos e preservar como preservamos, nós deveríamos estar sendo colocado num pedestal. Tentam nos satanizar para dificultar nossa competição que temos com eles, dos nossos produtos, nos grandes mercados”, completou.
Veja trecho da entrevista:
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