A vereadora Michelly Alencar (União) afirmou que o “modus operandi” do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) era fazer nomeações suspeitas para manipular contratos do Palácio Alencastro.
CPIs que tiveram em curso na Câmara apontavam para pessoas que eram nomeadas e que não tinham capacidade nenhuma de fazer isso
Durante oitivas da CPI contra a CS Mobi, que administra o estacionamento rotativo em Cuiabá, o servidor Clóvis de Oliveira revelou ter sido nomeado fiscal do contrato da prefeitura com a empresa sem ser avisado.
Clóvis afirmou que descobriu estar no cargo após uma conversa informal com um colega e logo depois pediu para deixar o cargo alegando não ter competência para a função.
“A gente vinha de uma gestão que todas as CPIs que tiveram em curso na Câmara, da antiga legislatura, apontavam para pessoas que eram nomeadas e que não tinham capacidade nenhuma de fazer isso”, afirmou Michelly em entrevista ao MidiaNews.
“Então, isso que a gente vê hoje era tipo um modus operandi do Emanuel Pinheiro quando ele queria manusear da forma como ele gostaria um contrato ou um serviço prestado”, completou.
De acordo com o servidor, a sua indicação para auxiliar na área tributária foi feita pelo ex-secretário de Fazenda, Roberto Possas de Carvalho.
Ele disse que na época participava de algumas reuniões, mas acreditava estar auxiliando em sua área de atuação e não como fiscal, já que em nenhum momento foi mencionado que ele ocupava essa função.
Apesar de estar nomeado, o servidor afirmou que não teve função efetiva. Porém, segundo Michelly, não era isso que ocorria sempre.
A vereadora citou como exemplo a CPI da Saúde, feita na antiga gestão, em que servidores realmente tomavam decisões mesmo sem serem qualificados para os cargos que exerciam.
“Tivemos a CPI da Saúde onde houve oitivas absurdas, muitas denúncias acontecendo, uma delas era de pessoas ocupando o cargo que não tinham nenhuma noção da gravidade das suas decisões, das suas assinaturas, do que estavam fazendo lá. Só cumpriam ordens”, disse.
“Então é um contrato polêmico, sim, a necessidade dessa CPI é importantíssima, porque ela mexeu com toda a estrutura da cidade”.
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Servidor relata que foi nomeado fiscal do contrato sem saber