O deputado federal Nelson Barbudo (PL) afirmou nesta quarta-feira (19) que a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é uma tentativa de tirá-lo da disputa eleitoral em 2026. Ele disse ainda que a direita vai reagir “dentro das quatro linhas” contra as acusações.
Se preparem que nós reagiremos dentro das quatro linhas, mas não aceitaremos no tapetão tirar Jair Bolsonaro da próxima eleição
Na terça-feira (18), Bolsonaro foi denunciado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, por supostamente liderar uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Lula (PT), depois da sua derrota em 2022.
A denúncia contra o ex-presidente e outras 33 pessoas foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF). Caso seja acolhida, Bolsonaro se tornará réu e poderá ser condenado a mais de 40 anos.
“Povo da esquerda, vocês estão enganados com o povo brasileiro. Se preparem que nós reagiremos dentro das quatro linhas, mas não aceitaremos no tapetão tirar Jair Bolsonaro da próxima eleição”, disse Barbudo durante a sessão na Câmara dos Deputados.
Antes da denúncia, Bolsonaro já estava inelegível por oito anos em razão de duas condenações no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Na primeira, de junho de 2023, os magistrados entenderam que o ex-presidente havia cometido abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação, ao reunir embaixadores, em julho de 2022, para atacar, sem provas, o sistema eleitoral.
Posteriormente, Bolsonaro foi condenado novamente à inelegibilidade pelo TSE, desta vez por abuso de poder político e econômico durante a campanha eleitoral de 2022.
Agora, a PGR (Procuradoria-Geral da República) acusa Bolsonaro de praticar os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito e de golpe de Estado. Também cita grave ameaça contra patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado e participação em organização criminosa.
No entanto, para Barbudo não há provas que justifiquem a denúncia.
“Bolsonaro falou mil vezes: ‘Eu só jogo dentro das quatro linhas’. Onde a PGR achou instrumentos para chegar nessa denúncia do fim do mundo?”, questionou.
“Era o inquérito do fim do mundo, agora denúncia do fim do mundo. E se houver condenação, vai ser a condenação do fim do mundo”.
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