A DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa) cumpriu novos mandados de prisão contra os policiais militares Leandro Cardoso, Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Jorge Rodrigo Martins. Eles estão presos desde o dia 6 de março, em Cuiabá, por suspeita de envolvimento no homicídio do advogado Renato Nery.
As novas ordens de prisão, que têm validade de 30 dias, são resultado da investigação sobre um confronto forjado pelos PMs, que culminou na morte de um homem.
O suposto confronto ocorreu uma semana após a morte de Nery, no qual os militares teriam plantado a arma utilizada no homicídio do advogado, uma Glock G17 9 mm modificada para automática, com assaltantes, para dificultar a identificação do autor dos tiros que mataram Renato Nery.
Conforme a investigação da DHPP, o confronto forjado ocorreu na madrugada de 12 de julho, na Avenida Contorno Leste, no bairro Pascoal Ramos, em Cuiabá, quando os quatro PMs da Rotam atenderam à denúncia do roubo de um Volkswagen Gol.
O roubo teria acontecido cerca de quatro horas antes dos três suspeitos serem localizados pelos PMs, quando estavam a caminho de um desmanche de carros. Na ação, os policiais afirmam que houve reação e disparos por parte dos criminosos.
Assim, os tiros foram revidados e resultaram na morte de um dos ladrões e deixou o segundo baleado. Já o terceiro envolvido fugiu. Conforme o boletim de ocorrência, onde consta o relato dos policiais, o trio estava com duas pistolas, uma Glock G17 e uma Jericho.
Entretanto, a reportagem apurou que a perícia feita no local não encontrou nenhuma cápsula deflagrada das pistolas. A suspeita da Polícia é que os PMs tenham plantado não somente a Glock utilizada na morte de Nery, mas também a Jericho.
Na denúncia do MPE (Ministério Público Estadual) conta os assaltantes, consta que o criminoso que foi baleado e sobreviveu afirmou que eles cometeram o roubo do carro utilizando somente uma arma falsa que compraram online.
Ainda conforme apurado pelo MidiaNews, a vítima do roubo afirmou em depoimento à Polícia Civil que os criminosos portavam somente uma arma. De acordo com o MPE, ambas as pistolas que supostamente estavam em posse do trio não foram encontradas no local do confronto.
Tanto a Glock quando a Jericho foram entregues pelo sargento Jorge Rodrigo Martins ao, na época, delegado titular da DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa), Rodrigo Azem.
A investigação do assassinato de Nery continua sendo realizada pela DHPP, pelo delegado Bruno Abreu.
As prisões do caso Nery
Além de Leandro Cardoso, Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Jorge Rodrigo Martins, também está preso pela operação Office Crime – A Outra Face, da DHPP, que investiga que o homicídio do advogado Renato Nery, o policial militar Heron Teixeira Pena Vieira, ex integrante Rotam.
Heron se entregou na delegacia de Homicídios da Capital no dia 7 de março, após um dia foragido. A Polícia não informou envolvimento dele no caso do confronto forjado.
Na operação também foi detido o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva, apontado pela investigação como o autor dos disparos que mataram o advogado.
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