Amanhأ£, o governo americano anunciarأ، as novas tarifas de importaأ§أ£o paأs por paأs que poderأ£o ir de 10% a 25%. Conversei agora com negociadores brasileiros que explicaram que cada paأs vai ter uma tarifa que أ© linear, nأ£o sobre produtos especأficos, como aconteceu atأ© agora. E mais, essa tarifa linear vai incidir sobre as jأ، existentes. Por exemplo, أ tarifa de 25% recentemente implementada sobre o aأ§o, serأ، acrescida a nova taxa. Imaginando que seja estabelecida uma tarifa de 15% para o Brasil, o aأ§o vai ser taxado em 40%. Esse أ© o tamanho da ameaأ§a, explicam os negociadores. Ninguأ©m sabe exatamente qual serأ، a tarifa imposta a cada paأs, mas incidirأ، sobre todos os produtos que atravessem a fronteira americana. Isso vai provocar muita, muita confusأ£o. A diplomacia brasileira estأ، atuando de forma objetiva, direta, equilibrada, para tentar mostrar aos EUA que estamos abertos ao diأ،logo. O governo americano anuncia amanhأ£ as novas taxas, mas deve implementأ،-las mais adiante. Nesse perأodo em que o Brasil estأ، sob essa ameaأ§a, o governo fortaleceu todos os canais de negociaأ§أ£o com os Estados Unidos. Hأ، conversas com a Casa Branca no UDTR, o Departamento de Estado americano, o Departamento de Comأ©rcio, atأ© com o Congresso, no Comitأھ Ways and Means. Pelo lado empresarial, os negociadores mantأھm contato com a Cأ¢mara de Comأ©rcio americana, que أ© contra a polأtica tarifأ،ria. O argumento que vem sendo apresentado pelos negociadores brasileiros a todos esses interlocutores أ© que o Brasil nأ£o أ© o problema. O governo americano anunciou a lista dos que chamam de os “15 sujos”, os paأses com maior superأ،vit com os Estados Unidos. O Brasil estأ، mostrando que nأ£o estأ، nesse grupo. Hأ، anos os EUA tأھm superأ،vit na relaأ§أ£o comercial com o Brasil. O أ؛ltimo dado anual أ© de US$ 7 bilhأµes de dأ©ficit para o Brasil, se entrarem os serviأ§os chega a US$ 25 bilhأµes de superأ،vit americano. O comأ©rcio entre os dois paأses sempre foi mais favorأ،vel aos americanos ao longo dos anos. Isso, no entanto, nأ£o estأ، sensibilizado o governo americano. O caso do etanol poderia ser o caminho para uma negociaأ§أ£o, se o Brasil aceitasse tarifas maiores para o combustأvel brasileiro. A preocupaأ§أ£o أ© como isso poderia afetar a produأ§أ£o do Nordeste e de Sأ£o Paulo, que teve recentemente muito investimento. Mas o fato أ© que colocar tarifas maiores para os bens americanos que a gente importa vai ferir o prأ³prio Brasil, provocando mais inflaأ§أ£o. Por exemplo, precisamos de fertilizantes importados dos Estados Unidos para a nossa agricultura, de peأ§as de aviأ£o da Embraer. Eles vأ£o colocar uma tarifa sobre o aviأ£o, sأ³ que as peأ§as que a gente compra para o aviأ£o vأھm dos Estados Unidos. A gente taxa as peأ§as e o aviأ£o fica ainda mais caro. Entأ£o, qual أ© o caminho? Hoje, pela lei brasileira, nأ£o se pode estabelecer tarifas especأficas para um paأs. Isso porque permanece no nosso regramento o princأpio de tratamento igualitأ،rio, negociado na OMC chamado “princأpio da Naأ§أ£o Mais Favorecidaâ€. Mas hأ، uma lei tramitando no Congresso que permite que se reaja a paأses que tomem atitudes unilaterais contra o Brasil. Essa lei que estأ، no Congresso vai ser o caminho para a reaأ§أ£o. E o que estأ، sendo analisado أ© que a reaأ§أ£o seja pela tarifaأ§أ£o nأ£o em bens, nأ£o em produtos, mas em serviأ§os e propriedade intelectual. Esse أ© o caminho que os negociadores preparam. Por enquanto, no entanto, as negociaأ§أµes continuam por todos os canais e a esperanأ§a أ© que esse tempo entre o anأ؛ncio amanhأ£ de qual أ© a tarifa que caberأ، ao Brasil e o momento da implementaأ§أ£o, se ache uma saأda. A convicأ§أ£o أ© que mais do nunca apostar na diplomacia.
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