O governador Mauro Mendes (União) disse esperar celeridade nas investigações que apuram o envolvimento de dois desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso em um suposto esquema de venda de sentenças.
Na semana passada, a Polícia Federal deflagrou a Operação Sisamnes, que teve como alvos empresários, advogados, servidores e magistrados.
Entre as medidas, foi imposta o uso de tornozeleiras aos desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho. Eles estão afastados dos cargos desde agosto, por suspeitas de envolvimento no caso.
“Eu acompanho atentamente como qualquer cidadão. Mas na condição de governador tenho interesse que as investigações se aprofundem, que elas sejam claras, que ninguém seja acusado injustamente, e que sejam rápidas e céleres”, disse o governador.
“Não se pode acusar alguém e depois demorar meses ou anos para finalizar um processo quando coloca sobre o questionamento a reputação de dois desembargadores e vários profissionais”, completou.
O governador, no entanto, apontou que as investigações contra pessoas do alto escalão do Judiciário mostram que as instituições estão funcionando.
“Eu fico feliz por ver que os órgãos de controle do Judiciário brasileiro estão atuando, estão funcionando. E se ficar comprovado ao longo do processo que alguém cometeu crime, que possa ser penalizado na forma da lei”, disparou.
Operação Sisamnes
A ação da Polícia Federal cumpriu mandado de prisão contra o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, que é apontado pela investigação como um dos principais envolvidos em um esquema de venda de sentenças na Justiça.
As casas e os gabinetes dos desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho foram vasculhados pela PF. Ambos estão afastados dos cargos desde agosto, por suspeitas no suposta esquema de venda de sentenças, e estão sendo monitorados com tornozeleira eletrônica.
Ainda foram alvos de busca e apreensão o advogado Flaviano Kleber Taques Figueiredo; o empresário Valdoir Slapak; um dos seus sócios Haroldo Augusto Filho; o filho do desembargador Sebastião, Mauro Thadeu Prado de Moraes; o ex-assessor do desembargador Sebastião, o advogado Rodrigo Vechiato da Silveira; o servidor do Tribunal de Justiça Rafael Macedo Martins; o policial militar Victor Ramos de Castro; e o escritório do advogado Roberto Zampieri.
A PF investiga crimes de organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional.