O deputado estadual Diego Guimarães (Republicanos) criticou o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) por dar parecer pela aprovação das contas do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB). Para ele, a decisão não foi técnica, mas sim política.
Confesso que tecnicamente eu não consigo entender, é só politicamente para se entender essa mudança de postura do TCE
“É estranho mudar de posicionamento de um dia para o outro. Como que se aprova a conta de uma prefeitura que sabidamente deve mais de R$ 1 bilhão e que teve diversos escândalos de corrupção envolvidos?”, questionou.
“Confesso que tecnicamente eu não consigo entender. É só politicamente para se entender essa mudança de postura do TCE”, acrescentou.
Diego afirmou que os conselheiros precisam explicar a mudança de posição.
O documento segue agora para a Câmara de Cuiabá, onde os vereadores darão a palavra final sobre aprovar ou reprovar o balancete. Se reprovar, Emanuel fica inelegível.
“De um dia para o outro, repentinamente, muda-se uma posição contundente que houve do Tribunal reprovando as contas do Emanuel. De um dia para o outro. Acho que quem tem que explicar são os conselheiros do Tribunal de Contas, especialmente aqueles que tinham votado pela reprovação e agora mudaram de posição”, disse Diego.
“Tecnicamente não tem como aprovar conta de Emanuel, o governo mais corrupto que teve na história de Cuiabá, mais endividado. Como que você aprova uma conta de Emmanuel Pinheiro?”, questionou.
As contas
As contas referentes ao exercício de 2022 haviam sido rejeitadas pelo TCE por 6 votos a 1 em dezembro de 2023, mas os trabalhos foram paralisados em março após recurso de Emanuel no TCE para revisão do parecer, que foi acatado pelo conselheiro Valter Albano. No último dia 3, o plenário mudou de posicionamento e aprovou por 5 votos a 2 as contas de 2022.
O plenário do TCE-MT aprovou também nesta terça-feira (10) as contas de Emanuel referentes ao exercício de 2023, pelo placar de 5 a 2. Agora, as contas foram enviadas ao legislativo e devem ser votadas no plenário da Câmara Municipal.
Em dezembro de 2023, conforme relatório do TCE, a dívida do Município cresceu 255% de 2017 à 2022. O conselheiro Antonio Joaquim havia identificado também quatro irregularidades de natureza grave e uma gravíssima nas contas da Capital.
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