O corpo clínico do setor de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Santa Helena anunciou, nesta sexta-feira (20), que poderá paralisar os atendimentos devido ao atraso salarial. O motivo é o calote da Prefeitura de Cuiabá na unidade médica, que é filantrópica e sobrevive de recursos públicos.
Informações apuradas pela reportagem apontam que ao menos 25 médicos contratados do setor de obstetrícia além de profissionais como enfermeiros e equipe técnica estão com até cinco meses de salários atrasados.
A realidade tem sido marcada por atrasos recorrentes no pagamento de prestação de serviços
Segundo informações do advogado Talles Drummond Sampaio Santos, que representa os profissionais, não é possível calcular o valor do atraso devido à singularidade de cada contrato.
Em um documento enviado à direção do hospital, ao governo do Estado e à Prefeitura de Cuiabá, os médicos exigem o pagamento dos salários e afirmam que a Maternidade Santa Helena é responsável por 3 mil atendimentos e 30 partos diariamente.
Contudo, com a falta de pagamentos regulares da prefeitura Municipal ao hospital, os médicos convivem com um clima de insegurança para honrar com “responsabilidades pessoais”.
“Conforme informações repassadas ao Corpo Clínico, o Município de Cuiabá não honrou com sua participação nos repasses do Nosocômio, o que impossibilita o pagamento do corpo clínico” diz trecho do documento.
“A cada dia em que os recursos financeiros não são regularizados, aumenta o desânimo, a insegurança e a sensação de desvalorização”
Com o atraso recorrente nos pagamentos e a sobrecarga de trabalho, os médicos planejam realizar uma paralisação em até 72 horas, caso não haja resposta acerca da reivindicação.
“A realidade tem sido marcada por atrasos recorrentes no pagamento de prestação de serviços, sobrecarga de trabalho e a ausência de um horizonte previsível para que possamos honrar nossas próprias responsabilidades pessoais e profissionais”, afirmam os profissionais.
Diante dessa situação, os médicos reivindicam a regularização dos salários atrasados, bem como a modificação do intervalo de pagamento.
Os profissionais ainda ressaltam que, caso não haja uma resposta dentro do prazo estabelecido os atendimentos eletivos serão suspensos, sendo mantidos na unidade apenas os atendimentos de urgência e emergência.
“Findo este período, sem resposta adequada, não restará alternativa senão a elaboração da documentação para deflagração da paralisação”, finaliza.
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