De férias em Fernando de Noronha, a fisioterapeuta Andreia Lima, de 46 anos, de Jaciara, foi notícia nacional após ser mordida por um tubarão-lixa enquanto nadava na Praia do Porto.
E eu não estava com medo porque eu já tinha feito o mergulho… A gente vai pegando um pouquinho de confiança
O incidente aconteceu na tarde de terça-feira (19), mas apesar do susto, Andreia afirmou que não cogitou finalizar as férias mais cedo por conta do episódio e deu detalhes sobre o dia do ocorrido no arquipélago.
“Estou em Fernando de Noronha desde domingo. É a primeira vez que eu viajo pra cá, e era um sonho conhecer esse paraíso. Eu me programei com duas amigas, e acabou que uma delas não conseguiu vir, então eu vim só com outra colega aí de Mato Grosso também, de Cuiabá”, contou Andreia.
“Nós já tínhamos ouvido falar desse passeio com os tubarões, mas não sabíamos como fazia. A gente foi pegando informações sobre o melhor local onde eles ficavam, e eu e essa minha amiga fomos por conta própria para a região, que fica ao redor de embarcações”.
Andreia relatou que elas foram preparadas com snorkel e durante algum tempo tudo correu bem, inclusive fizeram registros em vídeo e fotos. Já no final, depois que haviam saído da água, a fisioterapeuta decidiu entrar uma última vez no mar, momento em que sofreu a mordida.
“Os tubarões já tinham até se dissipado, nós já tínhamos tirado o material de banho. Quando retornei para o mar, veio um cardume e eu comecei a nadar com eles. Só que tinham muitos, eram uma média de uns 10 tubarões, por aí… De médio, pequeno e grande porte”.
“E eu não estava com medo porque eu já tinha feito o mergulho… A gente vai pegando um pouquinho de confiança. Como eu estava sem a máscara, na hora que levanta para respirar, a gente acaba esbarrando no cardume, e foi na hora que eu senti a mordida”.
Segundo Andreia, algumas pessoas questionaram se ela estaria tentando alimentar os animais durante o mergulho, informação que foi negada pela mato-grossense.
“No que me mordeu, subi o barco próximo e o pessoal da embarcação me levou para o píer, onde havia um táxi, e fui para o hospital. Na hora a sensação foi de uma ardência, começou a irradiar um pouquinho de dor, mas nada de uma dor insuportável. Eu saí de lá andando”.
“Fui atendida pela equipe médica e logo depois o pessoal da Secretaria do Meio Ambiente entrou em contato comigo querendo saber como que tinha sido. Ao que tudo indica, foi um tubarão de porte pequeno, pelo tamanho da mordida. Não foi profundo, mas ficou um ferimento visivelmente feio”.
Andreia contou que, apesar do ocorrido, não pensou em encerrar as férias mais cedo e continuou curtindo os dias seguintes. A ferida, na região dos glúteos, precisou ser suturada com três pontos e a mato-grossense está se recuperando bem, sob medicação.
Não fechou todo o ferimento por conta de bactérias. É um protocolo médico daqui. Foi feito três pontos só para poder puxar novamente a pele mais ou menos para o lugar, né?
“Não fechou todo o ferimento por conta de bactérias. É um protocolo médico daqui. Foi feito três pontos só para poder puxar a pele mais ou menos para o lugar, né? Estou medicada, tomando antibiótico, anti-inflamatório, já tomei a vacina antitetânica. Acredito que a recuperação vai ser tranquila”.
Apesar de não ter se tornado um transtorno maior, a fisioterapeuta afirmou que levou o caso como alerta para as próximas viagens.
“Em momento nenhum passou pela minha cabeça encurtar as minhas férias para voltar para Mato Grosso. Então, estou levando as minhas férias normais, com alguns cuidados de não entrar no mar, não manter o ferimento úmido, para não infeccionar. Mas estou jogando bola, andando na praia, fazendo outros passeios”, disse.
“O tubarão-lixa que me mordeu é considerado um animal inofensivo. Mas se tratando de um ser humano e um animal, está propício a acontecer. Não tinha como eu não ter esse contato pelo número de tubarões na hora do ocorrido e não teve como eu não encostar neles”.
“Eu faria novamente esse passeio. Claro, tomando alguns cuidados de não me aproximar tanto, mas faria novamente. O local é lindo, vale a pena, é um passeio incrível, é uma emoção imensa. Realmente fui eu quem me aproximei muito deles. Se eu estivesse com o guia, talvez isso não tivesse acontecido”, completou.