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Polícia prende cunhado de adolescente desaparecida em MT

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A Polícia prendeu em Lucas do Rio Verde, na noite de sexta-feira (22), J.V.S.O., de 20 anos, cunhado da adolescente Marina Sofia Menezes Ventura, de 13 anos, desaparecida desde 20 de outubro, em Diamantino. O rapaz seria o “disciplina” de uma facção criminosa.

 

[…] várias outras testemunhas informaram que ele abusou sexualmente [da vítima]. Em determinada ocasião, a própria Marina, desaparecida, contou isso para amigas. E ele tinha medo que ela falasse isso para outras pessoas

O delegado de Diamantino, Marcos Bruzzi, responsável pela investigação, revelou que J.V.S.O. teve cumprido contra ele um mandado de prisão temporária, com prazo de 30 dias, prorrogável por mais 30. 

 

O suspeito, conforme a Polícia Militar, estava em uma quitinete no bairro Milão, na Avenida Veneza, acompanhado de sua namorada de 17 anos, que é irmã mais velha de Marina. 

 

A menor saiu de casa às 12h38 do dia 20 de outubro, e desde então não deu mais notícias. Uma testemunha relatou aos investigadores que viu Marina ser retirada do porta-malas de um carro, por três homens, em uma estrada próximo a um frigorífico da cidade.

 

Uma das linhas de investigação da Polícia Civil, segundo Bruzzi, é que o cunhado da vítima teria cometido o crime visando parte da indenização que Marina receberia pela morte do pai.

 

A outra suspeita é que a menor tenha sido abusada por J.V.S.O., que a matou para que ela não o denunciasse. Amigas de Marina informaram que a vítima havia revelado o abuso para elas.

 

“A Polícia Civil pediu judicialmente a prisão temporária do suspeito, cunhado da desaparecida, pelos seguintes motivos: primeiro, várias testemunhas falaram que ele é traficante de drogas, faccionado, sendo o disciplina da facção”, disse Bruzzi.

 

“Segundo, que várias outras testemunhas informaram que ele abusou sexualmente [da vítima]. Em determinada ocasião, a própria Marina, desaparecida, contou isso para amigas. E ele tinha medo que ela falasse isso para outras pessoas”.

 

Ainda conforme o delegado, a circunstância do desaparecimento de Marina também leva à suspeita de que tenha envolvimento de pessoas próximas. Bruzzi revelou que a vítima teria ficado sozinha em casa somente por alguns minutos antes de desaparecer.

 

Ele afirmou, ainda, que não foram encontrados indícios de violência na residência, demonstrando que ela saiu por vontade própria. O delegado também informou que foi constatado que J.V.S.O. deixou sua casa por quatro horas, no mesmo período do sumiço da menor.

 

“Outra situação que causou suspeita, é que através de câmeras de segurança próximas à residência dele, pode-se notar que ele deixou a residência por volta de 11h30, com uma camisa vermelha, e retornou às 15h30, com uma camisa preta. No interrogatório, não soube explicar o motivo dessa troca de camisa”, explicou.

 

“O desaparecimento da Marina se deu por volta de 12h38, foi quando a gente verificou em mensagens de aplicativo que a irmã da Marina falou para uma amiga dela que ela já não estava em casa. Então, foi exatamente nesse período que o suspeito não estava em sua residência e trocou sua camisa”.

 

O outro suspeito

 

Na noite de ontem (22), além de J.V.S.O., foi preso um outro homem, em Tangará da Serra, apontado como suspeito do desaparecimento de Marina. Ele foi reconhecido por uma testemunha, informou o delegado.

 

De acordo com Bruzzi, durante interrogatório, o homem revelou que teria sido abordado por J.V.S.O. e outro suspeito, que lhe ofereceram R$ 25 mil para participar do crime. O dinheiro, segundo o preso, seria proveniente de uma indenização pela morte do pai de Marina.

 

“O suspeito, que foi reconhecido pela testemunha como sendo um dos três suspeitos do veículo que retiraram, do porta-malas, uma menina com as características da Marina, com as mãos amarradas. […] contou em interrogatório que, um dia antes do desaparecimento de Marina, foi abordado por J.V.S.O. e outro suspeito, no qual ofereceram R$ 25 mil para participar do desaparecimento da Marina”. 

 

“Ele não contou de que forma seria o desaparecimento, onde jogariam [o corpo], mas falou que eles estavam planejando esse desaparecimento por conta do valor que Marina teria a receber de uma indenização, em virtude do óbito do pai dela. Então, esse valor seria repartido entre os demais familiares com a morte da Marina”.

 

“Diante de todas essas evidências, esses indícios de participação do suspeito João Vitor, a Polícia Civil pediu a prisão temporária, por 30 dias, prorrogável por mais 30, para dar continuidade às investigações até descobrirmos os demais envolvidos, as circunstâncias e a motivação do crime”, finalizou Bruzzi.

 

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